quinta-feira, 26 de abril de 2012

Bravo

Um bom conjunto dinâmico, motor moderno e design atual não bastaram para fazer as vendas do Bravo embalarem. Desde que foi lançado, em dezembro, o hatch médio da Fiat vem conquistando timidamente algum espaço em seu segmento. No primeiro mês vendeu apenas 261 unidades, e nos meses seguintes emplacou 527, 700 e 788 unidades – números bem aquém da previsão inicial revelada pela Fiat em seu lançamento, que era de 1.500 unidades/mês. A tarefa original era aposentar o já “cansado” Stilo – que em 2010 teve uma média de apenas 545 unidades/mês – e incomodar Hyundai i30 e Ford Focus, respectivamente líder e vice-líder do segmento. Mas, com seu lançamento esfriado por um marketing tímido e uma campanha publicitária excessivamente “cool”, o hatch produzido na cidade mineira de Betim ainda é obrigado a olhar o topo da tabela de longe. Além dos dois líderes do segmento, também estão à sua frente Volkswagen Golf, Citroën C4 e até mesmo o quase aposentado Peugeot 307. 
Enquanto a Fiat refaz contas e estratégias, o Bravo revela para poucos seus atributos. Sob o capô, as versões Essence e Absolute – únicas comercializadas atualmente – contam com o propulsor E-torq 1.8 16V, capaz de gerar 132/130 cv com etanol/gasolina a 5.250 rpm. Seu torque máximo é de 18,9/18,4 kgfm alcançado aos 4.500 rpm. Até o fim do mês de abril, a linha Bravo ganha seu integrante mais “nervoso”. Trata-se da variante esportiva T-Jet, que traz o potente motor 1.4 16V turbo de 152 cv – o mesmo do Punto e do Linea T-Jet. 
Por fora, o Bravo nacional exibe as mesmas linhas do modelo vendido na Europa desde 2007. Diferentemente de Brava e Stilo – antigos médios da Fiat –, o carro não traz grande inovações visuais. Seu design é uma evolução do Punto, estiloso compacto criado pelo italiano Giorgetto Giugiaro e que fez a Fiat renascer no continente europeu. A dianteira se destaca pelo para-brisa bem inclinado e o teto arqueado. O capô longo tem dois vincos nas extremidades que acompanham os faróis em formato elipsoidal irregular. A grade cromada quadriculada é diminuta e o para-choque tem entradas de ar e faróis de neblina embutidos em molduras pretas. Na lateral, a linha de cintura alta começa nas lanternas e corta o modelo acima da altura das maçanetas indo de encontro à caixa de rodas dianteira. A traseira com aparência “clean” traz lanternas em formato circular, que inspiraram o Alfa 
As linhas modernas e sem muita originalidade do Bravo dissimulam seu tamanho. A olho nu não parece, mas o hatch tem 4,30 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,50 m de altura e entre-eixos de 2,60 m. Quem também “engana” é o porta-malas. Aparentemente pequeno, ele tem capacidade de 400 litros, o que supera seus concorrentes i30 e Focus – que têm capacidade para 340 e 350 litros, respectivamente.
Em termos de equipamentos, todas as versões do Bravo saem de linha com itens “básicos” como ar-condicionado, trio elétrico, direção hidráulica, piloto automático, volante com regulagem de altura e profundidade. A versão Absolute acrescenta sensor traseiro de estacionamento, volante em couro e com comandos, rodas de liga-leve de 17 polegadas, entre outros. 
A Fiat acredita que até o fim do ano a divisão de vendas do Bravo por versão fique da seguinte maneira: 55% para a versão Essence, 40% para Absolute e apenas 5% na T-Jet. A aposta da fabricante italiana em vender 40% dos hatches na versão testada, Absolute, pode ser considerada ousada. A variante responsável por garantir uma imagem de exclusividade para o carro parte de R$ 62.250, exatamente R$ 7.050 a mais que a de entrada Essence, que custa R$ 55.200 – uma diferença considerável, já que o público da Fiat é tradicionalmente atento ao preço. Os dois modelos ainda têm como opcional o câmbio automatizado Dualogic, que eleva seus preços para R$ 58.090 no caso da Essence e R$ 65.530 na variante Absolute. Já o futuro Bravo T-Jet terá um preço mais “salgado” – R$ 67,9 mil – e por isso deve corresponder a apenas 5% das vendas. 

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